sábado, 11 de fevereiro de 2012

Há vinte anos atrás, nós fizemos isso. E agora? O que fazemos? Onde estão os caras pintadas?



Em 16 de agosto de 1992, milhões de jovens brasileiros tomaram as ruas das capitais com a cara pintada e vestindo roupas negras, como luto contra a corrupção do governo do então presidente do Brasil, Fernando Collor. Aquele domingo, mais tarde, ficaria conhecido como o “domingo negro” e aqueles grupos de jovens que, apesar de distantes clamavam em mesma voz pela justiça e pelo impeachment de Collor, ficaram conhecidos como Caras Pintadas. O movimento estudantil dos Caras Pintadas teve sua primeira reunião em 29 de maio de 1992. E as manifestações públicas aconteceram entre agosto e setembro daquele ano:
Desde a época das Diretas Já (1982-1984), os estudantes brasileiros estavam bem envolvidos com os processos políticos do nosso país. Neste sentido, é possível citar conquistas como o passe livre nos transportes e o direito da meia-entrada em espetáculos culturais. Os processos políticos no nosso país sempre foram temas de debates. Seja pelas ditaduras que passamos ou pelo início de uma democracia bastante questionável. Em relação a estes questionamentos, Fernando Collor talvez seja o maior exemplo de frustração política e distorção de imagem na nossa história.
Fernando Collor de Mello foi eleito em 1989 e tomou posse em 1990. Durante o processo eleitoral, muitas críticas foram feitas por conta da interferência de grandes organizações privadas.  Com o passar do seu mandado, Collor foi bastante questionado por medidas econômicas adotadas como mudança de moeda, criação de impostos (IOF), aumento de tarifas públicas e redução de incentivos. Todas essas medidas ficaram conhecidas como “Plano Collor”.
Um dos eventos considerados o estopim foi  o chamado confisco da poupança, que obrigou todos os cidadãos brasileiros a emprestarem todo o dinheiro que tivessem em suas poupanças que excedesse os Cr$50.000,00. O governo prometia que devolveria o dinheiro emprestado em um prazo mínimo.
A situação ficou fora de controle depois que Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, apresentou diversos documentos que indicavam roubo de dinheiro público, enriquecimento ilícito, tráfico de influência e corrupção. Em entrevista concedida à revista Veja, Pedro Collor citou seu irmão presidente e Paulo César Farias (PC Farias) como cabeças-chave do esquema. O circo estava armado e as entidades civis do país se reuniram para iniciar o “Movimento pela Ética na Política”.
Leia a entrevista concedida por Pedro Collor à Veja na íntegra, aqui.

Veja também a matéria do Jornal Nacional sobre o impeachment e as manifestações populares:

Nenhum comentário:

Postar um comentário